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2012 - Livro Vermelho 2013

Diodella sarmentosa (Sw.) Bacigalupo & E.L.Cabral LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 05-03-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie não ameaçada no contexto nacional, mas sua distribuição disjunta e pontual entre estados brasileiros possivelmente levará a categorias de ameaça em avaliações regionais. Espécie dependente de ações de conservação, sobretudo na garantia de conservação em matas ciliares. Base de dados parece estar incompleta em relação aos estados ocorrentes na Flora do Brasil (Forzza et al., 2012).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Hexasepalum sarmentosum (Sw.) Delprete & J.H.Kirkbr.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Diodia sarmentosa ;
  • > Diodella sarmentosa ;
  • > Diodia breviseta ;
  • > Diodia littoralis ;
  • > Diodia riparia ;
  • > Diodia rudis ;
  • > Diodia sarmentosa var. bisepala ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Darwiniana 44(1): 98-104. 2006. Espécie semelhante à D. radula (Wild. & Schult.) Delprete, porém diferencia-se por possuir folhas sésseis, de base obtusa, subauriculada e sementes com sulco apical antero-posterior (Bacigalupo; Cabral, 2006).

Distribuição

Espécie ocorre no México, Panamá e Antilhas, ocorre também do Norte da América do Sul até o Perú (Bacigalupo; Cabral, 2006); no Brasil ocorre nos estados do Amapá, Pará, Bahia e São Paulo (Cabral; Salas, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por subarbustos trepadores, de 2-10m de altura; coletada com flores e frutos da Primavera até o Outono (Bacigalupo; Cabral, 2007).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiõesbrasileiras. Ela compreende uma áreaaproximada de 800.000 km², representando 70% da região nordeste e 11% doterritório nacional. Utilizandosomente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura poratividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada seestende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto dasestradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto deantropização causado pelas estradas de 1 a 10km, estima-se que as áreasalteradas da caatinga variam de 223.100km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%).Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatingafoi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas, previamenteocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação, exigindoações urgentes de restauração da vegetação original (Leal et al., 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dosrecursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala defunções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995(Inpe, 2004). A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (MMA, 2004) (Ferreiraet al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Nacional da Chapada Diamantina, no estado da Bahia (CNCFlora, 2011).

Referências

- FERREIRA, L. V.; VENTICINQUE, E.; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas. Estudos Avançados, v. 19, n. 53, p. 157-166, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro, Megadiversidade, 2005.

- CABRAL, E.; SALAS, R. Diodella in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB038743>. Acesso em: 05/03/2012.

- BACIGALUPO, N.M.; CABRAL, E.L. Nuevas combinaciones en el género Diodella (Rubiaceae, Spermacoceae)., Darwiniana, v.44, p.98-104, 2006.

- BACIGALUPO, N.M.; CABRAL, E.L. Diodella (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. 2007.

- LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. Ecologia e conservação da Caatinga. 2003. 719-734 p.

Como citar

CNCFlora. Diodella sarmentosa in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Diodella sarmentosa>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 05/03/2012 - 14:40:24